sexta-feira, 17 de maio de 2013

De malas prontas


Estou agora diante da janela olhando o vazio, nada além do vazio diante dos meus olhos, vejo somente uma imensidão azulada com vários relances brancos. Os pensamentos distantes e totalmente disformes, ou melhor, a mente totalmente vazia, distante de qualquer pensamento, de qualquer coisa que me mantenha disperto neste mundo de dor e tristeza. Ao longe começo a ouvir um som quebrando minha concentração, meu momento de "deserto", o som começa a incomodar mais, até que eu finalmente saio do meu lugar diante da janela e vou atender o telefone, olho o identificador de chamadas e reconheço o número da Evellyn, ao atender antes mesmo de pronunciar uma única palavra sequer, ouço a voz do outro lado dizer:
Hans por favor venha pra Fortaleza, estamos necessitando de sua ajuda.
- Minha ajuda? Do que está falando?
Ela por sua vez fala de forma suscinta para acabar imediatamente o diálogo:
Hendrick me disse que você é um mago ritualista e é exatamente o que estamos precisando, venha aqui pra Fortaleza é um assunto de suma importância. É um caso extremo de vida e morte, não minha nem sua mas de milhões de pessoas. Venha e quem sabe não consigue as informações que tanto quer?
Depois de mais de uma hora de negociação e muita conversa, desligo o telefone e parto para a difícil tarefa de arrumar minha mochila levando o básico sem esquecer de nenhum dos meus materiais. Após terminados os preparativos falta agora somente ir ao aeroporto providenciar os preparativos, primeiramente ligo para Bergkans:
- Alô Berg, estou indo para Fortaleza resolver a pendência do Hendrick por lá.
Você vai pra onde? Respondeu Bergkans.
Eu novamente repeti o que tinha dito anteriormente e depois de meia hora de um diálogo ávido e intenso chego ao aeroporto, compro as passagens e após meia hora embarco em direção à Fortaleza.
Depois de algumas horas aqui estou desembarcando nessa cidade que tanto me atrai ao mesmo tempo que me repulsa como um imã magnetizado. Estou sendo guiado para algo que ainda desconheço ao mesmo tempo que algo me diz para não permanecer aqui nesta cidade, aparentemmaente muito acolhedora, mas, no íntimo dela não passa de mais uma sociedade segregada, que por diversão oprime e mutila aqueles que não se encaixam ao que é considerado um modelo a ser seguido. Depois de algumas horas perambulando pelos corredores do aeroporto acabo por visualizar dentre todas as lojas uma em especial, direciono-me até esta e trato de comprar um repertório mais relaxante. Ao sair do aeroporto ligo para Evellyn para informar que estou na cidade e pego o endereço para poder ir, estou saindo do aeroporto e por sorte tinha um táxi estacionado no ponto. Caminhando em direção ao táxi consegui que o motorista me levasse até o sitio da senhorita Evellyn,dentro do táxi pude observar a cidade e perceber a disparidade que possui, é difícil não se chocar ao ver tantos opostos convivendo em uma "unidade". Depois de algum tempo avisto ao longe o sitio da senhorita Evellyn, peço para o taxista parar por ali e esperar alguns minutos, caminho até o portão e vendo-a sair de casa com outros dois homens chamo-a:
- Evellyn! Evellyn!
Ela vendo-me veio em minha direção e conversamos um pouco e pude perceber a impaciência dos dois homens que estavam com ela, um tinha a aparência muito formal e estabelecia um tom de prepotência e de poder enquanto o outro passava a imagem de um jovem aventureiro que de alguma forma trazia em si a tranquilidade e inocência de uma criança. Ela olhando para os dois e em seguida para mim, diz:
Estamos saindo para resolver algo, poderia vir conosco? Seria de grande ajuda, não se preocupe que lhe conto tudo no caminho.         

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Nas brumas de Morpheu


Estou andando em um corredor que termina diante de uma porta, esta por sua vez é toda adornarda com metais preciosos. Caminho alguns passos até a porta, procuro ver alguém próximo para que eu pedir informações, olho para os lados do corredor que assemelha-se a um labirinto, ninguém a vista, giro calmamente a maçaneta da porta e ao empurrá-la para que possa andar, perco o fôlego ao ver uma biblioteca tão gigantesca, repleta de estantes que impossibilitam enchegar o teto, o espaço deve ter em torno de seis metros de altura, obviamente levando-se em consideração as estantes organizadas uma em cima da outra. E olhando cada estante estou deslumbrado a cada passada diante delas, pois, todas contém diversos grimórios, livros de alquimia, rituais, históricos etc. Um local realmente apaixonante para qualquer estudioso. Enquanto caminho avisto ao canto da parede uma mesa com alguns livros, ao caminhar uma voz ao longe diz:
Venha querido, aproxime-se aqui está toda a fonte de conhecimento de gerações reunidas em um único lugar e este conhecimento é todo seu.
Sinto a voz me chamando cada vez mais, agora estou sentando na mesa e folheando um dos livros, um leve perfume toma de conta do lugar, e repentinamente estou sentindo uma mão tocar o meu rosto, enquanto ergo a cabeça posso perceber a silheta feminina envolta em um manto formado de trevas, e ao olhar o rosto dela vejo algo que deixa-me assombrado o rosto é o de Celine, porém, com traços mais rudes e com cabelos negros. Enquanto vejo-a ela começa a caminhar,tento ir em sua direção mas meu corpo mantém-se inerte. Estou chamando o nome de Celine, mas, sem resposta alguma, agora estou totalmente confuso. Atônito e cansado ao longe agora ouço um som semelhante a um despertador ou algo similar, agora vejo tudo ser encoberto por trevas. Tudo torna-se escuridão e vazio.
O som que antes ouvia distante agora é cada vez mais próximo, subitamente estou agora suando, acordando em meu quarto. Vejo-me frustrado por perceber que tudo não passou de um sonho. O telefone agora toca de forma irritantemente insistente, estou apanhando o gancho quando preparo-me para falar sou surpreendido pelo falante que está do outro lado da linha que apenas diz:
Sua doce Celine foi vista pela última vez há uma semana em Fortaleza.
Ao colocar o telefone no gancho sinto uma pressão forte no peito afinal de contas depois de todo esse tempo era uma pista concreta. Em seguida o telefone novamente toca desta vez é Evellyn que diz:
Hans, preciso de sua ajuda aqui em Fortaleza, antes de ser destruido seu irmão fez-me esta indicação.