sábado, 23 de fevereiro de 2013

Julgado: Inocente ou culpado?






Faziam três semanas desde a última notícia de Celine e o acontecido com Cassius, estava descendo do telhado do edificio de Hendrick, quando encontrei um envelope que tinha sido jogado por debaixo da porta endereçado a minha pessoa e nele continha uma mensagem que dizia:
" Prezado Senhor Hans Steiner II, vossa presença é requerida na sede do Priorado para assuntos de extrema urgência, desde já ressaltamos a importância de sua presença."
Ao ver aquele envelope fiquei intrigado, peguei o celular e liguei para o meu pai querendo saber sobre o que era e ele então falou:
- Não posso dizer ao certo sei apenas que querem lhe interrogar sobre a morte de Cassius,não se preocupe não deve ser nada demais.
Desliguei o telefone e fiquei revelando minhas fotos enquanto Hendrick não chegava. Passaram-se algumas horas e o relógio na sala marcava 17 horas, o sol estava se pondo e o céu ganhava uma coloração vermelho-alaranjada. Estava escorado na janela vendo aquele espetáculo natural quando Hendrick entra de forma brusca dizendo:
- Hans te prepara, ouvi falar que você vai a julgamento pelo morte de Cassius. 
Ao terminar de falar olhei para ele e falei que já esperava por aquilo e perguntei se ele tinha conseguido alguma notícia de Celine e ele olhando pra mim respondeu:
- Cara nenhuma ou melhor ela passou por Londres há 4 dias atrás. Sinceramente eu acho que você deve esquecer ela.
Por um momento procurei ignorar o que ele disse mas, depois não consegui deixar de não falar:
- Realmente seria mais cômodo procurar esquecê-la, mas não o quero, quero poder estar diante dela e ouvir de seus lábios ela dizer que não me quer.
Então saímos para dar uma volta pela cidade, tomar uma cerveja, conversar um pouco, e enquanto estávamos no bar chegou uma mensagem em nossos celulares com a seguinte frase:
"Julgamento: Inocente ou culpado?" 
Tentamos ver de quem era a mensagem mas, não havia remetente e o número que aparecia quando retornamos sinalizava que o mesmo não existia. Ficamos intrigados, era por volta de 23 horas quando voltávamos para o apartamento de Hendrick tinham três homens sentados na entrada, Hendrick estava pronto pra esboçar alguma reação quando reconheci os três como membros do Priorado e ao nos aproximarmos deles parei para cumprimentá-los e um deles olhando pra mim de forma muito polida respondeu:
- Boa noite Senhor Steiner, desculpe-nos o incômodo, mas, estamos aqui para levá-lo em custódia até o seu julgamento amanhã pela manhã, não queríamos fazer isso pelo fato de sermos todos irmãos de caminhos, porém, recebemos ordens e temos que cumprí-las.
Hendrick ao ver aquilo com seu jeito desajeitado falou:
- Que história é essa de julgamento? Meu irmão ia sendo morto e ainda tem que ser julgado? Tão de brincadeira né? Quem chegar perto dele vai se ver comigo...
Antes que ele continuasse a falar mais besteiras olhei para ele e disse:
Hendrick por favor, por mais que você queira me defender, a hora não cabe, pois, aliás é uma questão de ordens de Ordens nas quais devemos apenas acatar para não haver problemas, fique tranquilo, nada me acontecerá.
E olhando para os dois fiz sinal de acompanhá-los e assim foi feito e fui encaminhado por eles até a sede do Priorado, ao chegar fui levado para ser interrogado por um homem que o conhecia apenas por seu codinome que era o de colecionador de ossos. E após o interrogatório fui encaminhado para uma cela até o horário do meu julgamento que estava marcado para às 11 horas do dia seguinte. Fiquei deitado ali naquele cubiculo frio esperando  o que me esperaria no horário marcado, as horas passavam lentamente a ansiedade começava a quebrar meu espírito e meu autocontrole, estava começando a perder o controle quando o portão da cela foi aberto e alguém entrou não pude ver seu rosto por conta do capuz e da claridade do sol que o revestia apenas pude ouvir o que disse:
- Vamos levante-se seu julgamento irá começar.
Ao terminar de falar dois homens entraram e pegaram-me para que eu fosse conduzido até o local do julgamento. Andamos um pedaço e pude ver uma formação rochosa similar a Stonehange, só que evidentemente em menores proporções fui solicitado a ficar no meio da formação rochosa e fui rodeado por vários homens encobertos em capuzes e mantos e estes por sua vez começaram a entoar juntos o ritual para que fosse iniciado o julgamento. O evento arrastou-se por algumas horas e em determinado momento todos juntaram-se para dar o verdicto.
Estava ficando cada vez mais ansioso com a possibilidade de ser abatido ali mesmo, sem ao menos ter condição alguma de defesa, então todos olhando para mim e aquele que estava no centro deles falou:
- Hans Steiner II este conselho julgou as seguintes acusações recaídas por você:
- Utilizar magia de forma inconsequente o conselho julgou-lhe inocente.
- Matar um irmão de caminho o conselho considerou-o culpado.
- Utilizar magia para propósitos pessoais o conselho considerou-o inocente.
- Compactuar e proteger seres malignos o conselho considera-o inocente.Contudo este conselho delibera que sua punição seja o banimento desta Ordem. De hoje em diante a menos que prove seu verdadeiro valor estais banido desta Ordem e não mais poderá considerar-se membro desta. Algo que queira declarar?
Eu por fim engolindo em seco tudo que acabara de ouvir olhando tive apenas o pensamento produzindo uma única frase que olhando para todos do conselho pronunciei de forma que fosse claramente ouvida:
- Eu acato e respeito a vossa sentença mas quero que saibam que mesmo este conselho e o próprio Priorado feche os olhos para um dos seus este jamais fechará os olhos para nenhum de vós, pois, por mais que o conselho e o Priorado abdiquem de um dos seus, nenhum dos seus é capaz de virar-se contra vós. 
Falando isso ergui-me e sai em direção ao apartamento de Hendrick, e lá chegando contei-lhe tudo o que ocorrera e tomei a decisão de voltar a ser o que era antes nada mais que um andarilho. Arrumei minhas coisas e fui em direção a Londres, local de onde veio a última noticia de Celine. Parto com um questionamento em minha mente. Afinal de contas somos culpados ou inocentes de nossas ações?