domingo, 17 de fevereiro de 2013

Lágrimas e Sangue


Era por volta de 10 da manhã quando cheguei na casa de Cassius, entrei cumprimentando - o e commeçamos a conversar, então ele fez menção para que o seguisse e fomos para outro espaço dentro de sua casa, que era uma pequena área que dava para um jardim que ele usava para treinar seus rituais como também cultivar seus materiais. Em determinado momento da conversa ele olhando para mim perguntou:
- Hans o que aconteceu? Ouvi algo que não acreditei, ouvi falar que você está negociando com demônios? É verdade? Celine sabe disso?
Então calmamente respondi dizendo:
- Cassius foi somente um mal entendido que precisa ser resolvido e para isso estou aqui para pedir sua ajuda como meu mestre e uma liderança perante a Ordem,não estou negociando com demônios e sim Celine sabe de tudo.
Enquanto conversava com ele, estranhei a postura dele, ele mostrava-se preocupado ao mesmo tempo que descontente com algo. Já estava incomodado mas em um determinado momento ele eliminou minhas especulações ao perguntar:
- E como está Celine ouvi dizer que ela foi visitada pelos Umbras. Espero que esteja bem.
Então quando terminou a pergunta a ficha caiu, como ele sabia sobre a visita dos Umbras se não tinha dito nada para ele? Então respondi:
- Sim ela está muito bem e ela teve uma conversa bastante amigavel com os Umbras que estavam a minha procura, inclusive comentaram que as ordens de me caçarem saiu de uma conversa de lideranças, engraçado não é Cassius?
- O que deseja insinuar, meu caro Hans?
Então respondi:
- Não estou querendo insinuar estou afirmando, o que você queria? Eu confiava em você, eu lhe estimava.
Ele por sua vez soltou tudo que tinha pra dizer:
- O conselho não sabia o que tinha na mente quando lhe escolheu pra ser sucessor de Hans, um verme como você, prova tamanha que está se alimentando de restos, de meus restos, como um animal vira-latas.
Enquanto ele falava não podia me conter, a cada palavra sentia meu ser inteiro revolto e contraído como se levasse um golpe a cada palavra proferida por aquela maldita boca. Quando deu por mim enquanto ele falava conjurei uma bola de fogo negro em minhas mãos e ao terminar de falar lancei em sua direção.
Ele prontamente arremessou-a para longe e falou:
- O pequeno verme está nervoso? Como é se alimentar de restos criancinha, afinal de contas a mulher que deita com você já viveu na minha cama.     
Eu já estava ficando enfurecido e então falei:
- Seu canalha maldito, como pode deixar que capturassem e torturassem Celine, aqueles malditos eletrocutaram-na, rasgaram sua pele com raios, iluminavam-na com suas luzes, ou você não sabia disso? Não sabia que molharam-na e lançaram descargas por seu corpo, que lançaram luzes com tamanha intensidade que queimou sua pele? Que a deixaram agonizando? Seu maldito.
Ele olhando para mim começou a sorrir em um tom provocador dizendo:
- Eu sou canalha? Faça-me o favor não tenho culpa se ela ficou em meu caminho e canalha é você por se deitar com ela, sabendo que tratava-se de sua tutora, canalha é você que a viu ser torturada e nada fez.
Depois das últimas palavras dele, o meu único pensamento era de acabar com a vida daquele cretino, então comecei a atacá-lo com bolas de fogo andando em circulos por sua volta sem que percebesse o que eu pretendia. Até que ele falou:
- Não sou homem de joguinhos, você sabe muito bem disso, é uma pena ter que avisar ao seu pai que você morreu como um traidor.
E conforme ele falava, inflando ainda mais seu ego superinflamado ele não percebia o que viria a seguir. Olhando para ele comecei a sorrir e falei:
- Fiz a promessa de nunca usar, mas vou acabar quebrado ela, afinal de acordo com o que diz sou um traidor e então sendo assim não preciso levar em consideração o fato de uma promessa não poder ser quebrada, já que a mesma é uma dívida. 
Ao terminar de falar pronunciei o ritual que a mim fora proibido pelo próprio Cassius dizendo:
- Fogo do norte, aqueça e anuncie sua sentença, fogo do sul aqueça e julgue sua vítima que ai está, fogo do leste purifique-o com seu calor e fogo do oeste cumpra a senteça de seus irmãos agora. 
Ao terminar de pronunciar fechei-o em um vórtice de chamas negras que ia comprimindo em sua direção como se estivesse torcendo um pano úmido. Quando as paredes das pilastras de fogo encontraram-se uma com as outras e evidentemente com Cassius no meio delas podia-se sentir de longe o cheiro putrido de carne incinerada. Achava que estava tudo resolvido mas de dentro das trevas que formaram-se do encontro dos pilares ele saiu em minha direção desferindo-me um golpe que por sorte consegui esquivar-me e depois disso ele com parte do corpo incinerado olhou pra mim dizendo:
- Vamos quer jogar? Mostre-me o que pode fazer seu verme, mostre-me sua preciosa Mandrágora. Quero ver se ela é pareo para minha Scarlet. 
Então respondi o convite:
- Pois bem, a Mandrágora está mesmo afim de se divertir.
E enquanto ele conjurava sua Scarlet comecei a invocar minha Mandrágora dizendo:
- Dama da noite venha e atenda meu chamado, Mandrágora, apareça e mostre seu poder, dilacere, sua presa.
Durante horas travamos um embate quase que épico, a luta parecia não ter vencedor, até que escutamos um par de vozes vindo de dentro da casa eram Hendrick e Celine, ao ouvir a voz dela Cassius olhou pra mim e disse:
- Olha que irônico Celine vai ver seus dois homens lutando e verá um deles perecer, e sabemos muito bem que ela estará esperando na cama do vencedor. Que logicamente serei eu.
Ao ouvir aquilo minha paciência foi-se embora não lembro-me o que aconteceu entre o período de tempo que fui acometido por um ataque de fúria e o que me restabeleci, lembro-me apenas de estar lutando contra Cassius, e em determinado momento ter moldado Mandrágora em esfera de energia e a última imagem que mantenho anteriormente de acordar na casa de Hendrick é a do corpo de Cassius embaixo de uma de suas roseiras, seu corpo difuso em minha vista coberto de rosas e sangue e eu com meu corpo repleto de sangue e ferimentos e um odor de carne incinerada entranhado em mim. Depois destas cenas lembro-me de ouvir ao longe a voz de Celine e acordar na casa de Hendrick. Naquele dia acordei sabendo que tinha perdido algo que me era precioso, sabia que o que restara de tudo resumia-se em lágrimas e sangue.                 

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