sábado, 26 de janeiro de 2013

Besta Interior






Era madrugada quando cheguei da minha ronda de reconhecimento das ruas londrinas, cidade muito charmosa, entrei em casa juntamente com Celine ou Angelus como é chamada por aqui, tomei um banho e me deitei.
Estava dormindo quando acordei como se tivesse tido um pesadelo, acordei vendo-me no bar juntamente com o Cassius bebendo e brigando, mas, o que deixou-me digamos mais assombrado foi o que fiz durante a briga, eu vi quando peguei um dos caras que nos encomodou e o soquei a ponto de ver seu rosto desfigurar-se e ao ver continuar batendo como um animal que brinca com a caça, a cena se repetia várias e várias vezes com outros que estavam no local, e em cada cena podia ver um senso animalesco, um ar bestial que se regozijava a cada movimento, se alimentando de cada ser deformado ali. E o som da voz de Cassius ecoava ao fundo como se fizesse questão de que aquela besta emergisse à luz,gritando quase que como uma convoção de um gladiador para dirigir-se à arena.
Levantei-me da cama, fui em direção ao banheiro para tomar um banho, ficar um pouco em baixo do chuveiro para ver se com a água fria da noite conseguia refletir sobre o que via e perguntava-me se aquilo realmente aconteceu ou era um pesadelo.
Estava no chuveiro quando ouvi a voz de Celine me chamando e perguntando:
- Hans o que houve, você está bem? Percebi que estava tendo pesadelos, caso queira contar sou toda ouvidos.
Eu saí do banheiro e falei:
- O sonho ou pesadelo como quiser, parecia-me real, lembrava a última vez que estive com seu amigo Cassius naquele bar, via-me com uma imagem totalmente bestial.
Aos poucos fui contando-a sobre como tinha sido meu pesadelo enquanto andava pelo quarto, passando pelo espelho acabei vendo algo que deixou-me mais intrigado ainda, voltei e fui olhar-me novamente, ao ver meu reflexo no espelho pude perceber que todas as cicatrizes que pude ver em meu sonho, na verdade estavam ali, marcadas em meu corpo, cada uma delas, como troféus que não me pertenciam, eram simbolos que eu não os identificava. Então ela falou algo que fiquei a pensar:
- Hans então você está com um sério problema, eu há muito tempo ouvi falar de pessoas que possuem momentos de extrema fúria em batalha e isso é algo realmente preocupante se você estiver em grupo, mas no seu caso torna-se ainda mais peculiar pelo fato de você ter lapsos de memória de seu estado de fúria, coisa que é no mínimo intrigante, pois, acredita-se que o ser em estado de fúria perde totalmente a consciência.
Enquanto conversávamos as primeiras frestas de sol entravam pelas janelas do aposento, então fui em direção à janela, e pude recordar algo que há tempos não fazia que era contemplar o nascer do sol, Celine veio em minha direção e abraçou-me de uma forma diferente das demais vezes, seu abraço era mais caloroso,como se ela repassasse nele todo ou ao menos parte do calor daquele sol que raiava diante dos nossos olhos,ela aproximou-se ao meu ouvido e falou:
- Tenha cuidado, principalmene com Cassius, ele não é tão bonzinho quanto aparenta ser, tenha um bom dia ou boa noite se preferir vou deitar-me.
Ao terminar de falar beijou-me o rosto e foi em direção ao seu quarto e eu voltei a contemplar aquele espetáculo da natureza que tanto me enfeitiçava e me confortava, em seguida quando pude ver o sol alcançar totalmente o céu, andei em direção ao sofá e ali deitei-me.       

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