quarta-feira, 3 de abril de 2013

Daphne





Duas semanas passaram-se desde que me encontrei com aquela mulher, Azrael diz que estou começando a ficar obcecado por ela, e agora estou começando a concordar com ele. Desde aquele dia não consigo esquecer aqueles olhos azuis tão penetrantes, apesar de querer acabar com aquela ordinária não nego que fiquei tentado a conquistá-la primeiramente, afinal de contas uma mulher bonita não deve ser menosprezada. E como diziam alguns antigos sempre esteja com o inimigo mais próximo que o melhor de seus amigos. Estou agora com o mapa nas mãos, durante duas semanas praticamente sem dormir eu finalmente descobri a localização da bandida. E como disse para Azrael que comecem os jogos, ou melhor a caçada.
Saindo de casa preparei a mochila com tudo que iria precisar, entrei no carro e fui ao seu encontro, fiquei na esquina esperando-a sair, para não levantar suspeitas comecei a fotografar as crianças que estavam brincando na rua. Ela passou por mim, de forma que queria que eu a seguisse, e assim o fiz mesmo sabendo que ela estava premeditando uma emboscada, ela levou-me até um beco que ao entrarmos surgiu uma parede fechando-o. Ela olhando para mim começou a sorrir dizendo em seguida:
Pronto para morrer? Este aqui será seu túmulo.
Eu vendo-a falar não consegui não cair na gargalhada, então respondi:
- Humm interessante, será que antes não podemos tipo sair pra um jantar, ou um cineminha, quem sabe algo mais hein?
Ela olhando com uma cara que traduzia um imenso ódio(que na verdade não era bem ódio mas sim uma fúria) ao mesmo tempo que uma repulsa por minha pessoa, ela bradou um dos punhos aos céus e repentinamente o local começou a incendiar como da outra vez e ela olhando novamente para mim disse:
Você foi julgado e considerado culpado sob pena de morte, e este aqui será seu túmulo.
Olhando para ela coloquei as mãos nos bolsos e perguntei novamente:
- Ok gatinha vamos com calma aê, quem é você e porquê estou sendo julgado e condenado, pra falar a verdade não sabia nem que tinha sido intimado para alguma audiência.
Ela com um olhar ainda mais fulminante que o anterior soltou um grito que soou quase como um urro e depois pronunciou com uma autoridade impecável (devo assumir isso):
-Seu insolente irá perecer agora pelas minhas mãos, eu Daphne Enhpad, clériga sacerdotisa e taumaturga do grande Deus Dagda,lhe condeno à sentença de morte pelos seus crimes de profanação ao grande poder das rodas dos mundos e ao crime de utilizar-se de forças do mundo das trevas para utilizar-se de magia. Prepare-se pois sua morte se aproxima.
Ao terminar de falar o fogo que ela tinha conjurado começou a esquentar de forma que eu sentia-me assando naquele espaço, tinha a certeza que não podia desperdiçar tempo e nem energia ali. Então procurei novamente chamar a atenção dela dizendo:
- Daphne seu nome não é? Nome tão lindo quanto a dona, primeiramente eu não sou profanador dos poderes misticos da roda dos mundos, pois, até onde sei recebo meus poderes mágicos dela, não tenho nenhum problema em relação a sua religião ou cultura, aliás conheço uma sacerdotisa de sua deusa. Que tal um cafézinho ou quem sabe um jantar pra gente conversar melhor?
Enquanto eu falava fui jogando sem que ela percebesse os carvões perto de seus pés, ela olhando para mim então soltou um sorriso diria sacana e disse:
Vejo que gosta de gracinhas e jogos então eu lhe faço agora uma proposta, na verdade um desafio se fores capaz de me vencer em um combate permito que viva.
Eu olhando-a apenas concordeu com um leve movimento com a cabeça. E vendo que ela estava vindo em minha direção comecei o ritual das barreiras de chamas e para minha surpresa ela simplesmente passou tranquilamente pelas chamas e em seguida acertou um golpe em meu peito, fui arremessado para longe em direção a uma das paredes do retângulo rochoso que formava o beco, estava crente que a morte estava certa e chamando-me para um chá, ai tive a ideia de fazer algo extremamente arriscado que era invocar Mandrágora em sua forma primária, e foi isso que fiz consegui usando pequenos truques com cinzas e entre as próprias sombras me esconder até preparar o ritual de ativação. Depois de um certo tempo em uma brincadeira de gato e rato quando finalmente invoco "Mandrágora" e desfiro um golpe certeiro em Daphne ela apenas segura a lâmina com a mão e me acerta novamente com um impacto maior que o anterior, eu sem conseguir respirar, tombei ao chão com a certeza da morte próxima, eu então levantei o olhar e a vi caminhando em minha direção com uma lâmina de cristal em seu punho, repentinamente ela parou olhando para mim com um sorriso e cai apoiando-se na lâmina e posso ver cair de seu pescoço uma jóia em formato de caldeirão, ela olhando para mim diz:
-Você é um guerreiro hábil, sortudo porém, hábil, dou-lhe o direito de sua vida e da minha já que falhei em minha missão.
Ao vê-la ali totalmente indefesa, eu juntei todas as minhas forças e levantando-me com dificuldade, caminhei em sua direção com a Mandrágora ainda em punho, ela simplesmente trocou de lugar comigo,antes eu esperava a morte próxima agora era sua vez, eu vendo-a tão frágil através de sua fortaleza e autoridade, tirei o celular do bolso e mandei uma mensagem dizendo:
- Dois corpos para serem cuidados, no beco fechado, você saberá me encontrar, é caso de emergência.
Depois ela olhando para mim disse:
-O que está esperando para me matar? Vamos mate-me.
Eu olhando para ela respondi:
-Não, não irás morrer pelas minhas mãos, não hoje, sei que recebias ordens e impulsionastes em tua crença, não morrerás por conta disso. 
Neste momento Azrael apareceu dizendo:
-A festa foi boa hein? Joguinhos são sempre divertidos...Eu por fim falei para ele parar de falar e nos levar dali.             
            

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