quinta-feira, 21 de março de 2013

Cheiro de Morte





Estava indo encontrar com Azrael quando sou surpreendido por uma explosão em um café próximo, minha primeira ação, quase que puramente instintiva foi ver se possuia algum sobrevivente no local, apesar do horário a rua estava deserta, coisa que de fato achei estranho. Mesmo assim já pensando em não ser notado caso acontece de ser surpreendido por algum traseunte, encaminhei-me até a entrada lateral do café, andando e entoando um ritual para poder andar entre aquelas chamas, ao entrar no local tive a surpresa de encontrar somente uma pessoa lá, uma mulher para ser mais especifico, era uma mulher negra, de curvas bem torneadas, que olhava para mim com um sorriso aberto ao mesmo tempo que sádico, em seguida levantando-se do balcão onde estava sentada veio em minha direção com um andar gracioso como se estivesse por desfilar sobre as chamas, ao aproximar-se de mim falou:
- Olá, querido, uma pena ver um rostinho lindo como esse virar cinzas, afinal quem brinca com fogo acaba se queimando. 
Ao ouvir suas palavras a primeira coisa que me veio a mente é que ela não passava de mais uma louca que queria ter alguns minutos de fama ou não se tratava de uma louca suicida. Olhando para ela retribui seu sorriso e disse:
- Me desculpe, mas não estou afim de perder tempo aqui, pois, estou atrasado para um compromisso e por sua causa, ah apesar de você ser muito bonita e atraente, esse seu jeito de serial killer não combina com você, tchau e beijos.
Ao virar as costas senti algo similar a uma lâmina tentando trespassar meu corpo, meio que sem querer consegui não ser atingido em nenhum ponto vital, ela então novamente começou a sorrir dizendo:
- Você se acha o máximo, mas na verdade não é nada além de uma criança metida, que acha que pode sair por ai metendo-se com coisas que não lhe pertencem. Você e sua ordem patética que acreditam na harmonia e na proteção de um escolhido. Vocês não passam de seres patéticos dou somente um conselho não brinque com fogo ou se queimará, aliás mande lembranças para o Hendrick, isso é se ainda estiver vivo.
Ao terminar de falar senti um calafrio subindo por minha espinha, comecei a sentir-me tonto, aos poucos meu corpo ia tornando-se mais pesado, então percebi que o golpe desferido por ela não tinha a real intenção de me acertar fatalmente, mas sim de envenenar-me, com a visão inicialmente turva liguei para Azrael e falei o que tinha acontecido, estava quase perdendo o resquicio de consciência que me restava quando vi surgir em minha frente uma criatura que parecia ser um anjo mas era totalmente diferente de tudo o que eu tinha estudado sobre, era um ser encapuzado que lembrava muito o barqueiro Caronte da mitologia grega, a única diferença era o par de asas negras em suas costas, e a cada passo que dava as chamas em sua volta se dissipavam como se elas tivessem medo daquele ser, quando ele finalmente aproximou-se de mim, eu já totalmente inerte, e convicto que padeceria ali naquele momento, ainda mais com aquela presença que causava-me tanto arrepio, como se a figura dele fosse a própria representação da morte. Em questão de segundos enquanto perdia a consciência aceleradamente por conta do veneno, lembro de ouvir uma voz rouca e imperiosa dizendo:
- Descanse agora criança, quando acordar conversamos, e até lá sinceramente espero que não morra, pois, a humanidade depende de você.        

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