quinta-feira, 14 de março de 2013

Momentos disformes





Fazem duas semanas desde que encontrei com a senhorita Gray, e sinceramente se soubesse em que acarretaria este encontro eu não teria aceitado a ajuda de Azrael para encontrá-la. Desde o nosso encontro que não consigo dormir, tenho não sei dizer corretamente se sonhos ou memórias de vidas passadas, eu simplesmente sei que os sonhos a cada dia tornam-se mais intensos e reais, são na verdade imagens difusas de cenas medievais, em todas elas vejo-me entrando em um burgo semelhante ao que encontrei com Evellyn e vejo-me vestindo uma armadura similar a antecessora de minha antiga ordem, mas ao invés de ser uma armadura reluzente, estou revestido por uma armadura negra que contém a sagrada cruz cristã sombreada na fronte desta. E durante minha chegada eu vejo-me entrando em uma biblioteca e sentar-me em uma mesa rodeado de livros estudando e repentinamente observo sentar-se ao meu lado uma linda mulher de cabelos negros que começa a ensinar-me a ler os livros, e ao olhar o rosto dela vejo o rosto de Celine, mas não da forma que conheço e sim, mas amável e sedutora, tímida e imperiosa.
E tudo acontece não como um simples sonho, mas como se eu realmente tivesse presenciado tudo, ao acordar com o amanhecer do dia resta-me apenas uma pergunta:
- Sonho ou realidade? Eis a grande questão até onde pode ser apenas fruto de minha imaginação e até onde poderá ter sido verdade um dia.
Agora são por volta de seis da manhã o sol está começando a aparecer de forma tímida, o dia resolveu aparecer encoberto por brumas, brumas estas como as das histórias antigas, troco de roupa, como alguma coisa, recolho o meu material e novamente olhando para o relógio, sou tomado por algo semelhante a um calafrio seguido de uma vontade súbita de retornar para onde tudo começou para mim, as ruínas de Stonehange.
Saindo de casa, trancando a porta, o celular toca era uma ligação de Azrael querendo que eu fosse vê-lo, pensando comigo mesmo resolvo primeiramente ir ao encontro das respostas para as perguntas que pairam em minha mente. Ao chegar nas ruínas fico um tempo à meditar, refletir um pouco e acabo por me assombrar mais ainda por ver entre as brumas a figura de meus sonhos. Me belisco pra ver se realmente estou acordado ou sonhando, realmente estou acordado tudo está totalmente disforme, sonho e realidade, passado e presente. Estou agora fotografando tudo que vejo, tentando assim a  partir d, encontrar respostas para o que não entendo. A cada clique o tempo escorre pelos meus dedos quando finalmente tiro o celular do bolso para ver que horas são percebo que já é quase meio dia, agora vou encontrar-me com Azrael e ver o que quer de mim desta vez.    

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